14 março 2021

VAGA DE FUNDO vs DILEMA

Benjamim Pereira acaba de anunciar que ainda não decidiu se é candidato nas eleições autárquicas deste ano, como se fosse possível ainda estar indeciso a apenas 6 meses do ato eleitoral e a 4 meses de terminar o prazo para a apresentação das candidaturas no Tribunal.

O que o atual presidente da Câmara pretende não é mais do que o aparecimento de um vaga de fundo, com militantes e simpatizantes do partido a apelarem à sua recandidatura. É uma estratégia política já ultrapassada no tempo, mas que continua a ser seguida pelo edil esposendense.

Obviamente que Benjamim Pereira será recandidato, mas dá um certo jeito fazer-se de difícil para que o povo, principalmente o laranja, lhe implore tal "sacrifício": "Eu até nem queria, mas se vocês  pedem...".

Queixa-se o autarca dos ataques políticos que lhe têm sido feitos e dos processos judiciais que lhe têm sido movidos, para justificar esta sua indecisão quanto à recandidatura. Nada de novo para quem usa e abusa do discurso da perseguição e da vitimização. Relativamente aos ataques políticos, com uma oposição moribunda, quase não tem razão para se queixar, e mesmo que tivesse, são ossos do ofício de quem, por vontade própria, se envolve na política. Já quanto aos processos judiciais, a culpa é de quem se põe a jeito, ou seja, exclusivamente dele próprio. As relações e os negócios mal explicados e pouco claros entre o Município e empresas privadas, que têm vindo a registar-se a uma velocidade quase vertiginosa, não poderiam resultar noutra coisa.

Contudo, esta atitude de Benjamim Pereira não denota apenas o desejo do apelo do povo à sua continuidade. Lá no fundo também denota alguma preocupação. Porquê? Muito simples. Nas eleições de 2017 o PSD obteve o melhor resultado de sempre. Benjamim Pereira que vive obcecado em mostrar que é melhor que os seus antecessores, sabe que vai perder muitos votos, mesmo não tendo desta vez nenhum adversário que lhe faça alguma concorrência. A falta de obra, o mau funcionamento dos serviços municipais e o descontentamento generalizado da população com esta gestão municipal, apesar de calada pelo medo de represálias, irão provocar uma perda acentuada de eleitorado e Benjamim Pereira sabe disso. Seria muito mais cómodo e seguro não voltar a submeter-se à avaliação do eleitorado. É que desta vez já não pode dizer que não teve tempo de fazer obra, até porque por esta altura Benjamim Pereira já tem mais tempo de presidência do que teve Alberto Figueiredo.

Por outro lado, o autarca laranja também sabe que a imagem de político sério que fabricou junto da população poderá vir a cair por terra caso algum ou alguns dos processos em investigação venha a ter um desfecho que lhe seja desfavorável.

Uma certeza existe porém: mesmo que Benjamim Pereira seja candidato e seja reeleito, não levará o seu mandato até ao final. Porquê? A seu tempo se saberá.

03 março 2021

DESIGUALDADE DE GÉNERO

Na última sessão da Assembleia Municipal de Esposende, Benjamim Pereira foi profundamente deselegante com duas deputadas municipais - Sandra Bernardino (JPNT) e Tânia Lima da Mota (CDS), naquilo que foi uma atitude claramente machista e de grande arrogância.

Este é mais um episódio que nos leva a pensar se Benjamim Pereira é de facto a pessoa que aparenta ser, ou se na verdade aquilo que a população conhece é um personagem ajustado à conveniência política.

Com atitudes machistas como a que o seu presidente teve, manda a coerência que o Município não gaste mais dinheiro em campanhas de promoção da Igualdade de Género. O "olhai para o que eu digo, não olheis para o que eu faço" já caiu em desuso há bastante tempo.